quinta-feira, setembro 6

Será que Michelle Obama conhece o seu marido?

«Jamais pensaria que fosse possível, mas hoje amo mais o meu marido do que há 23 anos, quando nos conhecemos». Esta foi uma das várias declarações de Michelle Obama que conquistaram (por enquanto) os apoiantes presentes na Convenção Democrata.

Relembra-se os mais desatentos: os norte-americanos estão a um passo das eleições presidenciais e o trabalho de votos já arrancou. Barack Obama tem na sua esposa um grande trunfo que pode amealhar alguns votos nas câmaras, isto porque maioria do eleitorado é composto por mulheres.

Michelle retratou Obama como o verdadeiro vencedor do American Dream, proveniente de uma família social e economicamente frágil, que conseguiu chegar onde chegou. Mas será que Michelle Obama conhece o seu marido?

Segundo as suas palavras, Obama é imune a metamorfose característica dos políticos: não se deixou corromper pelo poder e dinheiro, continuando o mesmo querido de sempre. Michelle chegou mesmo a constatar que «para Barack o sucesso não se mede pelo dinheiro que se ganha, mas pela diferença que se pode fazer nas vidas dos outros».

E, realmente, a primeira-dama conhece muito bem o seu marido. Desde que se sentou na Casa Branca, Obama é mais sensível a accionar o botão de disparo do que o terrível Bush. O Nobel da Paz fez aumentar substancialmente o número de mortos no Paquistão e no Iémen (civis e talibãs, membros da Al-Qaeda), segundo o jornal The Washington Post. De facto, Michelle Obama não está enganada quando afirma que Obama tem influência na vida dos outros.

Evidentemente, os ataques aéreos para liquidar terroristas que levam consigo a alma de muita gente inocente é, para muitos, justificável. Mas a verdade é que Barack Obama mostrou-se envergonhado no momento da tomada de posse (2009), pedindo desculpa pelas mortes inocentes provocadas pela guerra travada entre os EUA e outras nações, não esquecendo que o fim dos movimentos bélicos era o argumento maior do então candidato democrata em 2008 para a presidência.

Ao invés de Bush - que tinha como estratégia torturar terroristas capturados a fim de resgatar valiosas informações para os avanços bélicos -, Obama adoptou uma política mortífera, eliminando inimigos através de ataques de aviões não tripulados. Má opção estratégica: os bombardeiros evaporizam os adversários, sem nada saber em troca.

Razão? Os americanos sentem-se orgulhosamente feridos por verem o seu representante frágil perante o panorama mundial, onde actores como Putin, Bashar Al-Assad e Pedro Passos Coelho (riam-se do último, por favor) ignoram Barack Obama, rejeitando negociações para fechar a carnificina que existe em vários pontos do mundo de intervenção norte-americana. Depois de informar o mundo da morte de Bin-Laden, julgo que Barack Obama não tem mais nenhum alvo a quem apontar armas. Não porque não existem figuras para serem alvejadas, mas porque não respeitam o querido esposo. É talvez por isso que Barack tenta ganhar alguma reputação e impacto de espírito.

3 comentários:

  1. óptimo trabalho joão.. a ironia dá um toque especial aos teus posts! parabéns - nicole

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  2. òptimo post. Interessante perceber a estratégia política para favorecer internacionalmente o presidente dos Estados Unidos. Todas as negociações de iniciativa americana para o desarmamento nuclear falharam.

    R.P. Neves

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